sexta-feira, 22 de julho de 2011

Quem eu sou



"Oi, vamos ser amigos? Eu tenho 12 anos. Moro ali na esquina, atrás daquela casa de toldo verde. Lá tem uma casa com a grade bege, é bem lá que eu moro. Estudo naquele colégio da quadra de baixo e adoro Geografia. Estou tanto querendo um amigo. Posso brincar com você? Ahn? Quem sou eu? Mas eu já te disse quase tudo da minha vida, como assim quem sou eu?"

Muitas vezes é assim que nos comportamos. Nós estamos tão acostumados a nos esconder por trás do que temos, gostamos e fazemos, acostumados com a rotina na qual fomos nos adequando no decorrer do tempo, que esquecemos de nos perguntar: qual é a minha identidade?

Quando tudo mais acaba, quando eu chego para dormir e começo a me despir de todos os títulos, cargos, funções e afazeres. O que me resta? De onde eu vim? Para onde eu vou? Porque estou aqui e porque escolhi ir para onde tenho ido?

Ah, são tantas as perguntas que todos nós, humanos, estamos sujeitos a fazer. Sim, nós questionamos. Não porque duvidamos, mas porque muitas vezes desconhecemos. E o desconhecido tem o poder de nos assombrar. E nos assombra porque tomamos como referência aquilo que já conhecemos. Ou aquilo que no mínimo já ouvimos falar.

Foi aquele primo do vizinho que levava uma vida desregrada e acabou tendo o pior final. Foi aquela tia da amiga que demorou demais para agarrar uma oportunidade. Ou foi tão somente a grande quantidade de violência, dor e escuridão que tanto vemos assolar os dias aqui na sociedade.

Tantos exemplos como esses nos fazem construir muros de proteção que, sem nem percebermos, só fazem com que sombras se reflitam com um aspecto grande e assombroso do lado de onde estamos a olhar.

Nos esquecemos, então, que tudo depende dos olhos de quem vê. Vou te contar uma história sobre o homem com os olhos mais mansos e calmos que eu já vi...

Em um dia atípico, o mesmo dia em que cerca de cinco mil homens, além de mulheres e crianças famintos foram alimentados de forma surpreendente, um grupo de doze homens partiu para o mar. Já no barco, no meio do oceano, depararam com ondas fortes demais. O vento parecia assumir uma força especial. Podíamos até pensar que o vento estava contra eles. É aí que entra quem eu quero lhes apresentar: o homem dos olhos de paz.

Em meio a todo o desespero, no meio do mar, esses homens tinham o privilégio de serem cuidados por seu Mestre. Ele andou sobre as águas em suas direções só para protegê-los,mas eles não o reconheceram. Acharam que era um fantasma e se assustaram.

Essa história não acaba assim, e também não é a única que aconteceu desde sua primeira ocorrência . Até os dias de hoje esses doze homens estão espalhados em muitos corações e sob diversas identidades. Algumas vezes são até mesmo como eu, ou como você. Em meio a muitas ondas e ventos que balançam os barcos de nossas vidas, é por meio de nós que se manifesta o mesmo assombro vivido por eles.

E quando este homem dos olhos de paz (este que sim, ainda é o mesmo) se achega para nos amparar, ficamos com medo demais para permitir seu suporte. Porque desconhecemos sua identidade. Mas calma. Vamos parar tudo! Deixemos de olhar para as ondas. Deixemos de olhar para o vento. Deixemos de olhar até mesmo para nós (o que temos, o que fazemos, o que esperam de nós) e olhemos para os olhos deste Homem! Jesus... Seus olhos de paz me dão segurança. Sua mansidão traz paz em meio a qualquer tormento. E olha, agora que parei para olhar dentro dos Teus olhos, eu pude perceber... Não é que só agora começo a conhecer quem eu mesma sou?

Olhe para Cristo e descubra a si mesmo. Quando paramos de tentar nos conhecer para conhecê-Lo, então começamos a conhecer a nós mesmos, pois quem melhor para nos apresentar a nós, do que aquele que nos formou?

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