domingo, 27 de fevereiro de 2011

Escuta...



Sempre há tempo para se parar tudo o que está fazendo e voltar à pratica que te faz tão bem...
Mesmo em meio às inúmeras tarefas diárias e aos fins de semana de recuperação do que não se conseguiu fazer durante a semana, há tempo de parar.
Parar não quer dizer deixar de responder às suas responsabilidades. Parar aqui assume um papel de meditação.
Oração é falar com Deus. Meditação é o tempo de escutar.
Hoje, portanto, não há muito o que falar: é preciso apenas escutar!

domingo, 6 de fevereiro de 2011

Alegoria - Nas Praias da Solidão



"Depois de terem percorrido juntos as areias ardentes do deserto, um dia, sem que esperassem, depararam-se com outro caminho.
-Este - disse o Pastor suavemente - é o caminho que devem seguir agora.
Assim seguiram em direção oeste, tendo os Lugares Altos bem às suas costas, e chegaram em pouco tempo ao fim do deserto, à praia de um grande mar.
-É hora de nos separarmos, Grande-Medrosa - disse ele. - Devo voltar às montanhas. Lembre-se disto: mesmo que lhe pareça estar muito distante, muito longe de mim e dos Lugares Altos, não há distância alguma que nos separe. Posso atravessar as areias do deserto tão rápido quanto saltar dos Lugares Altos para os vales. Tão logo me chame, virei. Deixo-lhe esta palavra. Creia nela e pratique-a com alegria. Meu rebanho ouve a minha voz e me segue.
-Enquanto obedecer-me, Grande-Medrosa, e seguir o caminho que eu escolher para você será capaz de ouvir e reconhecer minha voz. Quando a ouvir, deve obedecer a ela. Lembre-se: será sempre suave obedecer a minha voz, mesmo que pareça levá-la a caminhos a seu ver impossíveis ou mesmo tolos.
Após dizer estas palavras, ele a abençoou e partiu aos saltos pelo deserto, em direção aos Lugares Altos agora bem atrás dela. Grande-Medrosa e suas duas companheiras, Tristeza e Sofrimento, andaram pelas praias do grande mar durante muitos dias, e a princípio parecia-lhe que nunca antes conhecera a verdadeira solidão.
O verde vale onde vivera com todos os seus amigos estava atrás, bem longe. Até as montanhas estavam fora do alcance de sua vista. Era como se nada houvesse naquela imensidão, a não ser o deserto sem fim de um lado e o mar imenso do outro. Nada crescia ali, nem árvore, nem arbusto, nem mesmo relva. Nas praias, pedaços de madeira trazidos pela água se espalhavam misturados com algas marinhas. Com exceção das gaivotas volteando e gritando no alto, e dos caranguejos procurando suas habitações na areia, ninguém mais vivia naquela região. A intervalos, assobiava um vento gelado por entre os vagalhões, que cortava, como se fosse uma lâmina de faca.
Naqueles dias Grande-Medrosa, de mãos dadas com suas duas companheiras, sentia maravilhada o apoio delas. Era estranha, talvez, a maneira como ela andava leve, o corpo reto, quase sem manquejar. Algo durante a caminhada pelo deserto a havia marcado de maneira profunda para o resto da vida. Tratava-se de secreta marca interior, que ninguém sabia, pois nenhuma diferença externa havia. Entretanto, ocorrera profunda transformação íntima, indicando o começo de novo estágio em sua vida.
No Egito, ela havia visto as pedras de triturar, a roda do oleiro, o fogareiro fumegante, e sabia que tudo aquilo simbolizava experiências pelas quais ela própria teria de passar. De algum modo, por mais incrível que pudesse parecer, Grande-Medrosa havia sido capacitada a aceitar o conhecimento de tudo isso e a aquiescência de tudo. Sabia, no íntimo, que, com essa aceitação, um abismo abrira-se entre sua vida passada e sua vida presente, entre o seu ego presente e o ego passado; abismo que nunca mais poderia ser fechado.
Ao olhar para o passado através desse abismo, ela contemplava o verde vale entre as montanhas e sentia-se lá com os servos do Pastor, alimentando seu pequeno rebanho, curvando-se diante dos seus parentes e indo ao lago de manhã e de tarde a fim de se encontrar com o Pastor. Mas ao olhar para aquela figura distante, ela dizia: "Eu era essa mulher, mas hoje sou outra pessoa."
Grande-Medrosa não entendia como essa mudança ocorrera, mas sabia que se cumpriam nela as palavras do Pastor, pois os que chegam ao fogareiro fumegante do Egito e encontram lá a Flor da Aceitação, são transformados e recebem o selo da realeza. Grande-Medrosa, na verdade, não se sentia totalmente nobre, e por certo nem mesmo trazia essa aparência. Não importava. Ela havia sido marcada com o selo, e nunca mais seria a mesma pessoa de antes.
Entretanto, embora dia após dia caminhasse com Tristeza e Sofrimento ao longo das praias do grande mar da Solidão, não andava mais encolhida de medo. Por certo, de forma gradual algo impossível parecia acontecer-lhe. Novo tipo de alegria invadia seu coração, e ela começou a notar belezas na paisagem, das quais até então estivera inconsciente.
Seu coração vibrava em êxtase diante do brilho do sol nas asas das gaivotas que pairavam sobre as ondas no mar, que produziam espumas tão brancas como os picos nevados dos longínquos Lugares Altos. Até os murmúrios do mar, que antes lhe causavam sensação de tristeza, tornaram-se estranhamente belos. Ela sentia, de algum modo, que nos lugares mais distantes, talvez mesmo em tempos idos, encontrava-se o significado de toda a tristeza, e uma resposta alegre e maravilhosa demais para ser compreendida."

Trecho da alegoria "Pés como os da corça nos lugares altos." Hannah Hurnard - Capítulo 7 - Nas praias da solidão

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Por essência...


Quantas vezes nos entediamos com coisas da vida?

Situações, práticas, e até mesmo pessoas... Tem alguns dias que tudo o que queremos é mudar! Isso é normal.

Mas quantas vezes, também, não somos nós as vítimas do tédio de alguém para conosco? Triste, não é mesmo? Imaginar que enquanto você está valorizando tanto determinadas ações, existem pessoas que simplesmente não querem investir tempo na mesma.

Isso, muitas vezes, nem é nada pessoal. Mas nós, humanos carentes de amor que somos, projetamos essas atitudes como grandes expressões de rejeição! Ah... Se descobríssemos o que realmente está à disposição para nós, se ao menos entendêssemos o fundamento da identidade natural da qual fazemos parte.

Somos por essência amor. "E disse Deus: Façamos o homem à nossa imagem, conforme a nossa semelhança;" Gênesis 1:26 - "Aquele que não ama não conhece a Deus; porque Deus é amor." 1 João 4:8

Se Deus é amor, e nós fomos feito à Sua imagem e conforme Sua semelhança, então somos por essência amor. É nossa identidade ser amor. E como herdeiros de Deus e co-herdeiros de Cristo, temos o Seu amor disponível para nós!

"Eu nunca deixei de me importar contigo um instante sequer, filha! Tenho imenso prazer em ser conhecido de ti! Em nenhum momento terei preguiça ou tédio de você, eu mesmo a criei, lembra-se?"

Pronto! Finalmente caiu a ficha de como, apesar de tão indiferentes que possamos às vezes ser, somos em suma verdade parte de um Espírito de amor!

"Porque não recebestes o espírito de escravidão, para outra vez estardes em temor, mas recebestes o Espírito de adoção de filhos, pelo qual clamamos: Aba, Pai." Romanos 8:15

"Mas nós não recebemos o espírito do mundo, mas o Espírito que provém de Deus, para que pudéssemos conhecer o que nos é dado gratuitamente por Deus." 1 Coríntios 2:12


"PORQUE DEUS NÃO NOS DEU O ESPÍRITO DE TEMOR, MAS DE FORTALEZA, E DE AMOR, E DE MODERAÇÃO." 2 Timóteo 1:7

É... É muito claro quando deixamos que Sua palavra entre em nós... Quando damos espaço para o que é de tanto valor para o Pai em detrimento do que nós julgamos ser valoroso. Assim, descobrimos que essas "crises" de tédio ou falta de vontade nada mais são do que lapsos do que pensamos ser em confronto ao que realmente somos, o qual passamos a conhecer e descobrir quando abrimos nossos olhos para a identidade revelada por meio de Cristo e seu caráter. Nosso real caráter!