quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

Enquanto comia com eles



Eu tenho voltado a valorizar algumas coisas das quais deixei que fossem se perdendo em meio à corriqueira rotina diária... E isso alegra sobremaneira o meu coração.
Hoje eu me propus a começar a ler um livro do Antigo e um do Novo Testamento, na Bíblia. Isso é realmente uma prática muito interessante. É incrível ver como Deus inunda minuciosas palavra com soberanos ensinamentos. Mais um dos magníficos paradoxos de Deus. =)

Eu me lembro que um dia aprendi que devemos esmiuçar ao máximo as palavras de um versículo na Bíblia. Afinal, as palavras de Deus são densas e cheias de poder (Porque o reino de Deus não consiste em palavras, mas em poder. 1 Coríntios 4:20). Desde então entendi um princípio ensinado há tanto na Palavra de Deus: "Antes tem o seu prazer na lei do SENHOR, e na sua lei medita de dia e de noite. Salmos 1:2"

Bem, os livros escolhidos foram Malaquias e Atos. Ao ler primeiro o livro de Malaquias, algumas palavras me chamaram à atenção. Logo no primeiro versículo, vemos que Malaquias (que significa "meu mensageiro") foi escolhido por Deus como um mediador de Sua advertência - da correção que o Pai queria trazer à cidade de Israel. Quando o texto começa a se desenrolar, a primeira coisa que Deus nos mostra é seu imenso amor por aqueles que são seus. "Eu sempre os amei", diz o Senhor (v.1) No entanto, o segundo momento do primeiro capítulo se dá com a correção do Senhor para o seu povo: "O filho honra seu pai, e o servo, o seu senhor. Se eu sou pai, onde está a honra que me é devida? Se eu sou senhor, onde está o temor que me devem?" (v.6) O mais gracioso deste trecho, é ver que, apesar desta frase ser de um aviso de prudência do Pai para com seu povo, as orações são compostas por duas palavras-chave que são orgânicamente símbolos de cuidado e responsabilidade: pai - Gerador,Criador; autor, chefe da casa, direcionador, provedor - e senhor - o que possui honras, o dono da casa, autoridade. Ou seja, ainda que portador de advertências e correções, Deus em sua essência se revela um criador e cuidador que se esforça em nos apascentar e ensinar.

Percorrendo pela Bíblia e chegando ao livro de Atos, encontramos, então, outro aspecto digno de muita reflexão e que raramente costuma ser atentado por aquele que lê seu primeiro capítulo. No versículo 4, lemos a frase "Certa ocasião, enquanto comia com eles, Deus deu-lhes esta ordem..." Quando lemos algo do tipo, rapidamente voltamos nossos olhos para a ordem que havia sido dada, procurando assumir de alguma forma o que está escrito como algo que deve ser seguido por nós nos dias atuais. No entanto, lendo este trecho, o Espírito Santo me levou a meditar sobre o quanto Deus quer nos falar quando nos encontramos nessa ocasião - "enquanto comia com eles" - Sim. Quando nos assentamos à mesa, estamos em um lugar de intimidade. É assentado à mesa que compartilhamos de grandes experiências com um familiar. E é assentado à mesa também que Deus espera nos revelar e compartilhar seus grandes sonhos e vontades para nós. E da mesma forma que ao fazermos uma refeição somos nutridos, assim acontece espiritualmente. Quando nos alimentamos da palavra de Deus (que é nosso pão e leite), somos nutridos espiritualmente - é por meio dela que aprendemos a adorar. Porque "não existe adoração nem avivamento fora da Palavra de Deus... Porque adoração e avivamento se processam pelo espírito e pela verdade e, dessa forma, promovem a glória de Deus." (Adhemar de Campos)


"Uma palavra que não representa uma idéia é uma coisa morta, da mesma forma que uma idéia não incorporada em palavras não passa de uma sombra." Lev Vygotsky

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